terça-feira, 15 de julho de 2008

O vendedor ambulante de beira de praia tem aquele olhar clínico, que identifica o turista a distância. Tá, os turistas e suas peles claras, vermelhas pelo sol carioca, as bermudas caqui e as caras deslumbradas não são muito difícieis de serem confundidos, mas de qualquer maneira, quando o vendedor ambulante o identifica, o pobre coitado estrangeiro não tem mais sossego!
Em questão de meia hora, o turista com cara de americano/inglês/alemão, sentado ao lado de uma prostituta do calçadão (pra que sermos simpáticos? todos sabemos a profissão da indivídua), foi importunado por uns 5 ambulantes, que lhe ofereceram bijouterias, copos de chopp que parecem estar cheios quando não estão, bonés, e até um grupo de pagode inoportuno.
Ele pacientemente olhava todos os objetos, falava com os ambulantes, a mulher perguntava o preço, mas pelo que pude ver não comprou nada. O último vendedor foi o dos bonés, que queria cobrar a absurda quantia de R$20 por um bné horroroso escrito Copacabana, que você encontra a menos de R$5 na Uruguaiana. Depois da mulher dizer que o gringo só tinha R$10, inclusive oferecendo ao vendedor que olhasse a carteira dele, o ambulante continua insistindo e diz que faz por R$15 ("fifteen", o homem disse). Eles continuaram negando, a mulher dizendo que pagava R$10, o ambulante dizendo que não, ela respondendo que ele não quer vender, aí eles levantam pra ir embora, e o homem continua importunando. Até que ele resolve fazer por R$10 + um refrigerante. Isso mesmo, ele pediu que o gringo pagasse um refri pra ele. O gringo trouxa ainda experimentou o boné, mas segundo ele ficou pequeno, disse que não queria e foi embora com a "trabalhadora do calçadão".
Daí vem a parte irônica. O ambulante desdentado vira pra minha pessoa e diz: "Você vê, cheio da grana e fica de sacanagem pra não comprar nada, né?"
Minha resposta: "Você que é um abusado, fica enchendo o saco dos turistas com essas porcarias. Você e todos os vendedores abusados, que não deixam os turistas em paz"
O indivíduo me olha de cara feia e vai embora.
Vê se pode! Virar para mim e achar que eu vou concordar com aquilo. E quem disse que o homem é cheio da grana? Oi? Ele veio pro Brasil?
Não entendo esses turistas também... Que sol, calor, praia? Vai pro Hawaii, pra Austrália. Eles preferem se perder em país de 3º mundo.
Ainda vou lançar meu livro, How To Survive In The Brazillian Jungle: A Guide For Tourists, abrir um kioske no calçadão de Copacabana, e alertar esses pobres coitados, porque paree que ninguém faz isso...

2 comentários:

*M客y* disse...

Hahaha putz.. que cara sem noção!!!

Livia Brazil disse...

Ok que você odeia o Brasil, mas quem disse que precisa ser sem grana pra vir pro Brasil? As pessoas de fora conseguem enxergar que o Brasil é um país fantástico cheio de coisas pra oferecer e querem vir pra cá, porque o Brasil é FODA. Quanto ao vendedor, realmente é um saco esses caras que ficam em cima da gente (da gente, porque não é só de turista que eles ficam em cima), mas quem disse que é só no Brasil? Na Argentna foi um saco também, e, aliás, é beeeeeeem pior do que aqui. E em país de "1o mundo" (que pra mim de 1o mundo não tem nada, porque em questão de simpatia nem se compara ao Brasil) tb existe isso. E querendo ou ´não, é o trabalho dele, ele precisa vender, senão come. O que ele pode fazer? É um saco? É. Mas pra ele é necessário.